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A CORRIDA CONTRA O TEMPO E OS GASTOS EXORBITANTES DAS ARENAS DA COPA NO BRASIL.

Estádios da Copa do Mundo 2014
O Maracanã
No dia 30 de outubro de 2007, a Fifa anunciou o Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014. Começava ali outra disputa, envolvendo as cidades brasileiras postulantes à sede da competição.
Os centros futebolísticos mais tradicionais estavam garantidos. Assim, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte não precisavam se preocupar. A capital do país, Brasília, além de cidades com times que constantemente figuram na elite do futebol nacional, como Curitiba, Salvador e Recife também eram dadas como sedes certas.
Outros dez municípios corriam por fora: Cuiabá, Natal, Fortaleza, Manaus, Campo Grande, Goiânia, Maceió, Florianópolis, Belém e Rio Branco.
A proposta inicial da Fifa era de que houvessem dez sedes. O Comitê Organizador Local, no entanto, rebateu: sendo o Brasil um país de proporções continentais, seria justo que a Copa do Mundo fosse realizada em 12 cidades. E assim foi estabelecido.
Dentro desta corrida pela honra – e responsabilidade – de poder abrigar partidas do mais importante torneio de futebol do planeta, havia algumas disputas particulares. Belém, Rio Branco e Manaus, na Região Norte, travavam uma frente de batalha. Cuiabá, Campo Grande e Goiânia, no Centro-Oeste, protagonizavam outra competição. Natal, Fortaleza e Maceió tentavam se juntar à Recife e Salvador como representantes nordestinos. Florianópolis tinha poucas chances.
Belém e Goiânia, cidades com clubes de massa, seriam escolhas sensatas, levando-se em consideração puramente o futebol como parâmetro. Manaus e Cuiabá, no entanto, tinham a Floresta Amazônica e o Pantanal, respectivamente, como atrativos turísticos, um importante trunfo.
A escolha das sedes e a disputa em São Paulo
Em 30 de outubro, então, deu-se o anúncio das 12 sedes. Seriam elas: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Natal, Cuiabá e Manaus.
Tão logo deu-se a confirmação das cidades-sedes, o Rio de Janeiro foi garantido como palco da final, com o Maracanã, e São Paulo como o local da abertura da Copa. Pensava-se, à princípio, no Morumbi como representante paulista no Mundial. Mas a má relação entre o São Paulo, dono do estádio, e a CBF pesou e o estádio foi descartado, com a justificativa de que o clube não havia apresentado garantias financeiras para tal propósito.
No fim das contas, um novo estádio, de propriedade do Corinthians, foi construído na cidade – às vésperas do início da competição, a Arena Corinthians, conhecido popularmente como itaquerão, segue em obras, sendo a maior dor de cabeça para a Fifa no momento.
A Arena do Atlético Paranaense
Corrida contra o relógio
Definidos os estádios que seriam usados na Copa, uma intensa corrida contra o relógio teve início. Seis arenas – novas e reformadas – ficaram prontas para a Copa das Confederações, disputada em junho de 2013. Pela ordem: Castelão (dezembro de 2012), Mineirão (dezembro de 2012), Fonte Nova (abril de 2013), Maracanã (abril de 2013), Mané Garrincha (maio de 2013) e Arena Pernambuco (maio de 2013).
O prazo inicial dado pela Fifa ao COL (Comitê Organizador Local) para a entrega dos 12 estádios era 31 de dezembro de 2013, mas nenhum dos seis estádios que não foram usados na Copa das Confederações conseguiram cumprir a promessa. De janeiro para cá, foram inaugurados o Estádio das Dunas (janeiro de 2014), Arena da Amazônia (março de 2014), Arena Pantanal (abril de 2014) e Beira-Rio (abril de 2014). A Arena da Baixada e a Arena Corinthians ainda não foram finalizados e devem ser inaugurados apenas em maio.
Além dos atrasos, a questão do financiamento das estruturas provisórias dos estádios, sobretudo nas arenas particulares, foi outra fonte de intensa preocupação para a Fifa.
Bilhões gastos em estádios “padrão Fifa”
O alto investimento de recursos públicos em estádios da Copa do Mundo fez com que a população brasileira fosse às ruas protestar contra a gastança. Durante a Copa das Confederações, grandes manifestações foram realizadas às portas dos estádios, durante as partidas.
O custo total dos estádios (sete novos e cinco reformados) ficou orçado em R$ 8,005 bilhões, segundo a Matriz de Responsabilidades consolidada, divulgada pelo Ministério dos Esportes em setembro de 2013. Em 2007, uma semana antes de o Brasil ser confirmado como sede, a previsão era de que os gastos com obras em estádios fossem de R$ 2,2 bilhões. Houve, então, um aumento de 263% em seis anos.
Comparando com os gastos em estádios realizados nas Copas da Alemanha, em 2006, e da África do Sul, em 2010, o Brasil tem os assentos mais caros, na média. São R$ 8,005 bilhões investidos em 664 mil lugares, o que dá um valor de R$ 12.005 para cada cadeira instalada nas arenas. Na Alemanha o valor médio de cada assento foi de R$ 6.412 e na África do Sul, R$ 7.021.
Alguns estádios, como o Maracanã e o Mineirão, já receberam importantes decisões interclubes, como as finais da Copa do Brasil e da Taça Libertadores da América, respectivamente. Outros, considerados “elefantes brancos”, como Arena da Amazônia, a Arena Pantanal e o Estádio Nacional Mané Garrincha terão que pensar alternativas para não ficarem “às moscas” depois da Copa.
A Arena do Corinthians.
Fonte: Brasil Post
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