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"Rios voadores" ajudam agricultura na região de Londrina

Pesquisadores monitoram a passagem do fenômeno natural em cidades brasileiras

Rafael Fantin - Redação Bonde
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Cerca de 95% dos agricultores brasileiros trabalham sem irrigação mecânica e dependem, exclusivamente, das chuvas para o sucesso da colheita. Nos períodos mais secos, como no inverno, o socorro para produtores do Norte do Paraná vem de longe com a passagem dos "rios voadores". 

Pesquisa realizada durante quatro anos revelou que o vapor da água das árvores da floresta amazônica é transportada pelas massas de ar em direção a Região Sul do Brasil, o que influencia a ocorrência de chuvas. 

Entre as cidades monitoradas pelos pesquisadores está Londrina, onde foram registradas a passagem de 25 rios voadores neste ano.

Divulgação/Tiago Iatesta


O aviador e ambientalista Gérard Moss, responsável pelo projeto, explicou que após quatro anos de coleta de vapor de água com auxílio de aviões e balões, o monitoramento dos rios voadores passou a ser feito por computadores com dados diários sobre o fenômeno nas cidades que integram a pesquisa. 

"Atualmente, estamos investindo nas campanhas de educação ambiental, que mostra a importância da preservação da floresta amazônica. Realizamos a capacitação de professores e desde 2013 mais de 200 mil crianças foram atendidas pelo projeto em parceria com secretarias estaduais e municipais", informou. 

O volume de água evaporada lançado na atmosfera pela floresta é de aproximadamente 20 trilhões de litros diários. De acordo com o projeto, a estimativa é de que a Amazônia tenha aproximadamente 600 bilhões de árvores. "Rios voadores é um nome poético, que ajuda as pessoas entenderem como a umidade da floresta pode influenciar a ocorrência das chuvas", explicou.

Cerca de 40% do volume evaporado sai da região amazônica para formar os rios voadores. Além da influência das massas de ar e dos ventos, o fluxo do "rio voador" desce em direção ao Sul por causa da Cordilheira dos Andes, que funciona como uma barreira natural.

No trajeto, a umidade passa por cidades como Brasília, Cuiabá, Uberlândia, Ribeirão Preto e Chapecó e o fenômeno influencia o clima até do Norte da Argentina. Em regiões mais secas, os rios voadores são fundamentais para interrupção dos longos períodos de estiagem. A precipitação depende de outras condições. Mas, sem chuva, o rio voador acaba no Oceano Atlântico.
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