[Fechar]

Últimas notícias

Seti tem 32 pedidos para novos cursos de graduação

Solicitações, no entanto, esbarram na falta de recursos e de autonomia financeira das universidades

Cascavel – A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) analisa 32 pedidos de abertura de novos cursos de graduação por parte das sete universidades do Paraná. A maior parte dos cursos é pleiteada pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). A instituição multicampi, que tem sede em Cascavel, aguarda a liberação de 20 cursos: oito para Cascavel, seis para Foz do Iguaçu, dois para Francisco Beltrão e quatro para Marechal Cândido Rondon.

O plano de expansão da Unioeste prevê a abertura dos cursos de Física, Direito, Artes Visuais,

Teatro, Música, Jornalismo, Letras-libras e Pedagogia em Cascavel; Física, História, Medicina, Engenharia de Controle de Automação, Engenharia de Computação e Letras em Foz do Iguaçu; Engenharia Florestal, Artes Visuais, Comunicação Social e Psicologia em Marechal Cândido Rondon; e Ciências Sociais e Ciências Contábeis em Francisco Beltrão.

Há dois meses, a Unioeste recebeu aprovação dos cursos de Nutrição e Serviço Social, que começam a funcionar no campus de Francisco Beltrão no ano que vem. Em 2013, o mesmo campus iniciou o curso de Medicina. Para o diretor do campus, professor Haroldo Augusto Moreira, a implantação destes cursos representam um marco para o desenvolvimento da região. "A graduação também terá respaldo das instituições municipais de Francisco Beltrão, bem como do Hospital Regional, que servirá de campo de estágio aos futuros acadêmicos", projeta.

O reitor Paulo Sérgio Wolff enfatizou a importância do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) que inclui a expansão da universidade. Segundo ele, o plano é elaborado com base nas demandadas regionais, ouvindo representantes da sociedade e de todas as áreas da instituição. "As sugestões e críticas são fundamentais para que o planejamento institucional seja concebido de forma democrática e integrado com os todos os setores e unidades da Unioeste", afirma.

A Universidade Estadual de Londrina (UEL) tem seis pedidos: Nutrição, Engenharia Mecânica

Engenharia de Produção, Engenharia Química, Relações Internacionais e Biotecnologia. As maiores expectativas estão concentradas nos dois últimos, que tiveram pedidos protocolados há dois anos. Já as liberações dos cursos de engenharias, pleiteados desde 2010, são consideradas improváveis, uma vez que foram abertos no campus da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), o Conselho Universitário aprovou a criação dos cursos de Design de Moda, Fisioterapia, Nutrição e Física Médica. Os quatro pedidos também aguardam liberação da Seti. Já a Universidade do Norte do Paraná (Uenp), a Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Estadual do Paraná (Unespar) não têm nenhum pedido para novos cursos de graduação. A Unespar informou que ainda vive o projeto de consolidação como universidade e, por enquanto, não pensa na ampliação do número de cursos.

A Unicentro, que recentemente teve aprovação dos cursos de Matemática Computacional e Ciências Biológicas, que serão ofertados a partir de 2015, aprovou no Conselho Universitário os projetos de criação de dois novos cursos pela instituição: Medicina e Direito, ambos para Guarapuava.

O reitor Aldo Nelson Bona está confiante que os cursos entrem em funcionamento a partir de 2016. "Essa é mais uma resposta da universidade aos anseios de nossa comunidade que há anos reivindica estes cursos. Esperamos obter, agora, o apoio para que a força do conjunto faça gerar a necessária vontade política de autorizar o funcionamento dos mesmos", comenta Bona.


Celso Felizardo
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA



‘Não podemos autorizar cursos sem dinheiro’

Curitiba - A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) explica que as universidades têm autonomia para a criação de cursos por meio do conselho universitário, porém, como não há uma autonomia financeira, existe a necessidade da concordância do governo estadual. "Os processos vão para a Secretaria e são analisados. Alguns são maiores e mais onerosos e os trâmites demoram, outros são aprovados com mais facilidade por meio de decreto do governador", explica o coordenador de Ensino Superior da Seti, Mário Cândido de Ataíde Júnior.

Ele admite que a força política e o engajamento da comunidade podem fazer a diferença. "As mobilizações, tanto de autoridades políticas como da sociedade organizada, têm o poder de antecipar as decisões, mas é claro que temos que observar nosso limite prudencial. Não podemos autorizar cursos e depois não ter dinheiro para mantê-los."

Ataíde Júnior aponta que o governo estadual tem privilegiado a chamada verticalização do ensino, que contempla a expansão de cursos de mestrado e doutorado em stricto sensu. "É uma nova fase no Ensino Superior no Estado. Precisamos oferecer continuidade para quem já terminou a graduação. Assim,

a tendência é que haja crescimento maior dos mestrados e doutorados."(C.F.)
UA-102978914-2