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Olimpíada 'desmistifica' robótica entre alunos

Equipes de todo o Paraná se reuniram em Londrina para disputar a etapa estadual de campeonato entre robôs programados por estudantes

Fotos: Rei Santos
Objetivo dos competidores é fazer com que os robôs cumpram com precisão os obstáculos e trajetos traçados em mini arenas
Bernardo Chagas, Tainá Kramer e Lucas Alves vieram de Curitiba em busca de uma vaga na etapa nacional da Olimpíada
Londrina - Londrina recebeu neste fim de semana, nas instalações do Colégio Vicente Rijo, a etapa estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR). Mais de 170 alunos de 9 a 19 anos quebraram a cabeça para fazer com que os robôs programados por eles cumprissem com a maior precisão possível os obstáculos e trajetos traçados em mini arenas. A competição reuniu 13 equipes de nível 1 (para alunos de 9 a 14 anos) e outras 30 do nível 2 (15 a 19 anos) melhor classificadas nas seletivas regionais realizadas no início do mês em Curitiba e Guarapuava. Ao final das disputas, programadas para o final da tarde de ontem, a equipe vencedora de cada nível garantiria sua vaga na etapa nacional da OBR, que será realizada no mês de outubro em São Carlos (SP).

E para quem ainda pensa que a robótica é coisa de "nerd", fica a dica: qualquer criança é capaz de montar o seu próprio robô. "Geralmente o ensino de Matemática e Física é muito mistificado na rede de educação. Não é difícil aprender, a forma como você as aplica é que tornam essas disciplinas difíceis. A ideia da robótica é desmistificar essa ideia de que a informática é difícil, que trabalhar com robô é difícil, que robô é o que você vê numa fábrica. Aqui você reduz o estopo, diminui drasticamente o robô, de forma com que qualquer criança possa manipulá-lo", afirma o representante estadual da OBR, Marlon de Oliveira Vaz, professor no Instituto Federal do Paraná (IFPR), entidade organizadora da competição.

A realização da Olimpíada é um forma de disseminar os fundamentos e a prática da robótica no ensino médio e fundamental, salienta o professor, mas também atrair para o universo da computação não somente os alunos que têm a predisposição para a informática. Os alunos Luis Eduardo Dal Posso, de 15 anos, e Paulo Henrique Chiernev, de 16, de Guarapuava, contam que começaram a praticar a robótica neste ano. A cidade conta com a primeira escola de robótica do Brasil. "Eu gosto de matemática, entrei na escola e achei divertido", diz Dal Posso, que não é apenas fã de jogos virtuais. Ele também pratica vôlei. A equipe se classificou para a etapa estadual da OBR em Londrina ao ficar entre as 15 melhores da seletiva de Guarapuava.

Mas é claro que entre os participantes da Olimpíada há aquela turma que se afeiçoou pela informática desde cedo. Lucas Alves e Bernardo Chagas, de 16, ambos alunos do ensino médio no ITF de Curitiba, são nerds assumidos. E não têm nenhum problema com isso. "Eu só pratico esportes virtuais, como Starcraft, que a gente joga em rede. Esporte real não sou muito fã", disse Bernardo, que "entregou" toda a galera que veio no ônibus disputar a Olimpíada em Londrina. "Ali só tinha nerd, todo mundo jogando RPG", brincou.

Vencedores da seletiva regional de Curitiba no nível 2, ele e Lucas chegaram a passar 10 horas no colégio tentando aperfeiçoar a programação do robô que veio para cá buscar a vaga para a etapa nacional. A equipe ainda conta com a Tainá Kramer, de 15, namorada da Lucas, e que se sente um peixe fora d'água no mundo da robótica. "Eu curto aprender, mas às vezes me sinto perdida nesse universo deles. Até para entender o vocabulário que eles usam é complicado", afirmou. Segundo o organizador da etapa da OBR em Londrina, Ricardo Töws, oito equipes da cidade estavam em busca da vaga nacional.
Diego Prazeres
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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