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Prefeitura de Ibiporã apura denúncia de maus-tratos a cães

Suspeita é de que os animais seriam comercializados de forma irregular

Fotos: Celso Pacheco
Mais de 20 cães de raça foram encontrados em uma chácara da zona rural de Ibiporã
Havia água e comida para os cachorros, mas eles viviam em meio à sujeira
Animais estavam presos em gaiolas dentro de uma casa
Ibiporã – Uma denúncia anônima levou policiais militares e representantes da Prefeitura de Ibiporã até uma propriedade rural próximo às margens do rio Tibagi. No local, havia mais de 20 cães de raça, entre filhotes e adultos de pequeno porte, abrigados em condições precárias. Os animais estavam presos em gaiolas dentro de uma das casas. Fezes e sujeira estavam espalhadas pelos três cômodos e o cheiro forte e a falta de higiene chamaram a atenção da equipe.

A representante da ONG de Ibiporã Instituto Carlos Galera, Maria Galera, se surpreendeu com a situação encontrada no local. "Os animais estão aparentemente saudáveis, havia água e comida para eles, mas eles permanecem em gaiolas pequenas, com muita sujeira e isso caracteriza maus-tratos", comentou. A ONG mantém um projeto de proteção a animais abandonados e destina cães encontrados nas ruas para adoção.

Nenhum responsável pela chácara estava na residência no momento da fiscalização. De acordo com o soldado da PM de Ibiporã Edgard Soares, o portão principal da propriedade estava apenas encostado quando a equipe chegou ao local. Os cães foram soltos assim que os policiais entraram na casa. Em outro imóvel, nos fundos do terreno, havia móveis velhos e apenas uma cama em um dos cômodos. O local aparentava estar abandonado.

O técnico da Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde, José Aparecido Moreira, ressaltou que as condições estavam inadequadas. "Vamos ter que localizar o responsável e pedir explicações. Não podemos retirar os animais e levá-los daqui sem autorização da Justiça", explicou.

A chácara é alugada e pertencia a uma advogada de Ibiporã que foi encontrada morta dentro de um poço artesiano existente no local. A equipe não conseguiu contato com a locatária, mas a prefeitura de Ibiporã promete dar continuidade a apuração das denúncias.

Além das condições de maus-tratos, também há a suspeita de que os animais seriam comercializados de forma irregular. Havia cães das raças Yorkshire, Beagle e Spitz Alemão e filhotes que podem ser vendidos a um valor de até R$ 4 mil.

Após a fiscalização, a prefeitura de Ibiporã pretende pedir explicações ao responsável pelo imóvel. O secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Tomas Falkowski, argumentou que é preciso verificar se há algum responsável técnico pelos animais, se eles foram vacinados da forma adequada e se há algum tipo de registro de cada um dos cães. "Ainda não podemos classificar isso como crime. Os animais estão bem tratados, falta higiene. Vamos comunicar o Ministério Público, que deve convocar essa pessoa responsável para prestar esclarecimentos", afirmou.

A ONG que acompanhou a operação não tem condições de oferecer abrigo para todos os animais, mas pretende buscar parcerias caso os representantes consigam uma autorização para remover os cães do local.
Viviani Costa
Reportagem Local-folha de londrina
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