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Autuações durante vazio sanitário crescem 188% no Paraná

No Estado foram aplicadas 231 multas, contra 80 no mesmo período de 2013

Paulo Lanzetta/Embrapa
Entre 15 de junho e 15 de setembro é proibido plantar soja no Estado: o objetivo é reduzir a incidência da ferrugem asiática
A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) divulgou ontem o balanço final da fiscalização de três meses, entre 15 de junho e 15 de setembro, do vazio sanitário da soja no Estado, período de ausência de plantas vivas da oleaginosa no campo com o intuito de reduzir a quantidade de esporos do fungo causador da ferrugem asiática durante a entressafra.

De acordo com o levantamento da agência, foram realizadas 231 autuações por todo o Estado, abrangendo uma área de 7,8 mil hectares. Na Unidade Regional de Sanidade Agropecuária (URS) de Londrina não houve autuações. O maior número de registros ficou concentrado próximo às cidades de Ponta Grossa e Pato Branco, locais já tradicionais em relação ao plantio antecipado da safra.

O número de autuações, em comparativo ao ano passado, acabou apresentando crescimento. Em 2013, as multas foram aplicadas em apenas 80 áreas, ou seja, uma elevação de 188% em relação a esse ano. Além do Paraná, o vazio sanitário encerrou em mais nove estados na última segunda-feira, entre eles Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rondônia e algumas regiões do Pará, locais onde o produtor já planeja a semeadura da soja da safra de verão.

De acordo com a engenheira agrônoma da Adapar e responsável pelo levantamento, Maria Celeste Marcondes, esse incremento no número de autuações não é preocupante. "A soja abrange uma área de 4,5 milhões de hectares no Estado e estamos tratando de uma área de apenas 7,8 mil hectares, muito pontuais. O que aconteceu esse ano é que não tivemos um clima favorável para eliminar essa soja que restou e que acabou permanecendo em algumas regiões. Se houvesse acontecido geadas, por exemplo, esses números seriam bem menores", explicou.

Para a engenheira, os produtores paranaenses estão bem conscientes em relação à eliminação total das plantas durante a entressafra e entendem que possíveis focos de ferrugem asiática que surgirem podem ser muito prejudiciais para o ciclo que está por vir. "As plantas podem ser atacadas logo que recém-emergidas, e causar prejuízos logo no começo da nova safra".

A ferrugem da soja, introduzida no Brasil na safra de 2001, tem gerado um custo anual para seu controle de aproximadamente US$ 2 bilhões, conforme levantamento do Consórcio Antiferrugem, da Embrapa Soja. O cálculo leva em conta que cada pulverização de fungicida custa para o produtor, em média, US$ 35 por hectare e que, na última safra, foram realizadas aproximadamente 3 aplicações de fungicidas em cada lavoura.


Victor Lopes
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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