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ELEIÇÕES 2014 - Exercitando o voto consciente

Projeto escolar promove debates, análise das propostas dos candidatos e votação eletrônica

Fotos: Celso Pacheco
Alunos da educação infantil se divertiram com os seus primeiros títulos de eleitor
Estudantes se revezaram na função de mesários e puderam votar nas cabinas cedidas pela Justiça Eleitoral
Gustavo Carneiro
Diante dos colegas de sala, jovens representaram os candidatos à Presidência da República em um debate; alguns até se esmeraram no figurino
No domingo, milhares de eleitores brasileiros irão às urnas para escolher cinco representantes das eleições gerais, mas, no Colégio Londrinense, alunos e professores já participaram desse importante exercício de cidadania. Com o objetivo de ampliar a conscientização sobre a responsabilidade do voto, a instituição realizou na semana passada uma série de eventos sobre o tema, que incluiu a simulação de debates com os presidenciáveis – representados pelos próprios alunos, que tiveram que pesquisar as propostas dos candidatos –, a distribuição de uma cartilha sobre o processo eleitoral e a simulação do voto eletrônico.

O trabalho envolveu desde a educação infantil até o ensino médio, totalizando aproximadamente 900 alunos e 100 professores. "Esse projeto surgiu da coordenação pedagógica do colégio e o objetivo era realmente mobilizar os alunos para combater a ignorância em relação à importância do voto. De uma forma lúdica, procuramos fomentar mais participação dos alunos enquanto agentes políticos", ressaltou o coordenador Donizetti Brandino, responsável pelo ensino médio.

Durante os debates, os alunos que estavam representando os candidatos à Presidência da República tinham direito até a assessores e, como em uma situação real, eram questionados sobre as suas propostas políticas, com tempo determinado para resposta, réplica e tréplica. Mediados pelo professor Rafael dos Santos Ferreira, da disciplina de História, por sorteio os "candidatos" eram incentivados a contrapor suas ideias entre eles. Diante da plateia formada pelos colegas de sala, a responsabilidade de defender diferentes pontos de vista e sentir, na prática, a dificuldade de vencer o nervosismo para convencer os eleitores de que as suas propostas são realmente viáveis para a construção de um Brasil melhor.

Empolgados com a situação, alguns alunos até se esmeraram no figurino, caracterizado-se com terno e gravata para transparecer mais seriedade. E meninos e meninas não se constrangeram em representar candidatos de gêneros diferentes do seu. Um aluno fez até questão de caprichar no figurino da candidata Marina Silva, a qual representava, conhecida por usar colares com sementes. Cada grupo ainda precisou entregar um trabalho escrito sobre as propostas políticas, valendo nota. Ao acompanhar o debate de alunos do segundo e terceiro anos, foi possível perceber que eles levaram a sério o desafio e que alguns parecem ter uma qualidade diferenciada para transmitir suas ideias. "Muitas vezes temos a impressão de que os jovens são alienados em relação à politica, mas esse trabalho me surpreendeu pelo nível de envolvimento dos alunos e senso crítico deles. Outro dado interessante é o quanto utilizaram as redes sociais para debater suas ideias", avaliou Ferreira.

Uma das mais comprometidas foi a aluna Luiza Silveira Ricardo, 16 anos, que no final, quando o debate já estava encerrado, pediu para falar e fez um apelo aos colegas, pedindo para que todos lembrassem da importância de escolher um candidato que realmente favorecesse o bem comum: "não pensem em alguém que ajude apenas a empresa do seu pai. Precisamos de um país melhor para todos", afirmou. "A ideia desse projeto foi brilhante e realmente nos motivou a pesquisar sobre as propostas dos candidatos. Foi a oportunidade de aprendermos muitas coisas e um ótimo exercício de cidadania, embora seja contra a obrigatoriedade do voto", destacou a aluna, que no debate dos estudantes do segundo ano do ensino médio representou a candidata Marina Silva (PSB).

Simulação do voto eletrônico
Em parceria com o Sistema de Ensino Anglo, o Colégio Londrinense viabilizou um sistema de votação eletrônica (por computador) em que o aluno, por meio de uma senha eletrônica – cunhada em um título eleitoral fictício –, podia escolher de forma secreta seus candidatos. Na sala de aula, com alguns estudantes se revezando na função de mesários, os alunos podiam se dirigir às cabinas eleitorais cedidas pela Justiça Eleitoral para exercer o seu direito ao voto na escolha dos candidatos para presidente e governador .

O resultado da simulação foi: para presidente, Aécio Neves (PSDB) – 400 votos, Marina Silva (PSB) – 225 votos e Dilma Rousseff (PT) – 56 votos. Já para governador, foram 584 votos para Beto Richa (PSDB), 89 votos para Roberto Requião (PMDB) e 48 votos para Gleisi Hoffmann (PT).

FONTE - FOLHA DE LONDRINA
Ana Paula Nascimento
Reportagem Local
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