[Fechar]

Últimas notícias

Justiça aceita denúncia contra vereador e ex-secretário de Cascavel

Paulo Bebber (PR) está preso suspeito de cobrar propina para aprovar lei.
Já o ex-secretário é suspeito de intermediar negociações da cobrança ilegal.

Do G1 PR, com informações da RPC TV Cascavel
 A Justiça Federal no Paraná aceitou denúncia do Ministério Público (MP-PR) contra o vereador Paulo Bebber (PR), e contra o ex-secretário de desenvolvimento econômico de Cascavel, no oeste do Paraná, Luciano Fabian. Ambos são acusados do crime de concussão – quando um funcionário público exige dinheiro ou vantagem em razão da função que se ocupa.
Na decisão, Luciano Fabian é citado como o responsável por intermediar a negociação do pedido de propina de Bebber, no valor de R$ 500 mil, para a aprovação de um projeto de lei no legislativo local em janeiro de 2014. Bebber está preso preventivamente desde o dia 1º de setembro.
Os advogados do vereador e do ex-secretário têm dez dias para apresentar a defesa dos dois acusados. Em seguida, são marcadas as audiências para ouvir os depoimentos, tanto dos envolvidos quanto das testemunhas, colher as provas e ouvir o parecer do MP-PR. Se condenados, eles podem pegar de oito a 12 anos de prisão. Fabian vai responder ao processo em liberdade.
Paulo Bebber teve o mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz no dia 27 de agosto, porém, ele só se entregou à Justiça cinco dias depois. De acordo com o Tavares, ele foi detido porque estava atrapalhando as investigações do caso. Bebber ficou preso em uma sala na 15ª Subdivisão Policial, mas foi transferido no dia 23 de setembro para outra sala no posto do Corpo de Bombeiros do Bairro São Cristovão, em Cascavel.
G1 tentou falar com Fabian, mas não obteve contato. O advogado de Bebber, Hélio Ideriha Júnior, não podia atender à reportagem, segundo funcionários do escritório dele.

Depois que a denúncia veio à tona, Bebber disse ser inocente e que a gravação era de uma negociação de venda de imóveis particulares. Ele se afastou do cargo alegando que não queria interferir nas investigações. O projeto que possibilita a obra do condomínio foi aprovado sem o voto dele.
O caso
Em março de 2014, uma gravação de uma conversa entre Paulo Bebber e um corretor imobiliário da cidade relata, segundo investigação da polícia, a cobrança de R$ 500 mil para que a Câmara Municipal aprovasse o aumento da área de perímetro urbano da cidade. A aprovação permitiria a construção de um condomínio do programa “Minha Casa, Minha Vida”, avaliado em cerca de R$ 140 milhões.
No dia 18 de março, o delegado Edgar Santana pediu que a Justiça determinasse a prisão preventiva de Bebber, mas o pedido foi negado. Na época, o juiz Leonardo Ribas Tavares já havia determinado a busca e a apreensão de documentos e computadores do gabinete do político.
UA-102978914-2