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FIM DE ANO - Vendas de Natal devem ser mais ‘magras’ neste ano

Cenário econômico de juros altos e endividamento do consumidor deve refletir nos negócios de final de ano do comércio

Theo Marques
Nas gôndolas dos supermercados já é possível encontrar panetones e adereços típicos do período
Lis Sayuri
Natal deste ano deve ser mais de pequenas lembranças do que presentes de valores altos
Curitiba - As vendas de Natal deste ano no Paraná devem ser menores do que as de 2013 em função do momento econômico que vive o País com alta dos juros e da inflação e o endividamento das famílias. A previsão é que o crescimento das vendas não ultrapasse a casa dos 4% - em 2013 a alta foi de 8% - e que os presentes sejam de valores menores em relação ao ano passado. Os itens mais vendidos devem ser vestuário, calçados, perfumes, chocolates e celulares. O volume de estoques comprado pelos lojistas também tende a ser menor.

"Os presentes serão de menor valor e em menor quantidade", disse o presidente da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio), Darci Piana. Ele acredita que o aumento de vendas no Natal não chegue a 4,5%. Prevê ainda que boa parte das compras seja paga à vista em função do aumento dos juros. Segundo ele, a formação de estoques está até 30% menor em relação a 2013. "Isso também é reflexo da indústria que está produzindo menos", pontuou.

O economista e diretor do Instituto Datacenso, Cláudio Shimoyama, disse que a previsão é de um crescimento de 4% nas vendas de Natal em Curitiba e Região Metropolitana contra os 8% do mesmo período do ano passado. Uma pesquisa realizada pelo instituto apontou que 42% dos lojistas acreditam que o volume de negócios será superior neste ano, 37% preveem que será igual e 16% estimam vendas inferiores a 2013. O mesmo levantamento apontou que 38% dos curitibanos devem comprar mais que no ano passado, mas 31% pretendem gastar menos.

Shimoyama lembrou que no Dia das Crianças as vendas já ficaram mais centralizadas em brinquedos tradicionais e não em eletrônicos, que são mais caros. Ele avaliou que será um Natal mais de pequenas lembranças do que presentes de valores altos. E acredita que o tíquete médio também será menor, mas ainda não tem estimativa de valor.

Já o diretor comercial da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Fernando Moraes, tem opinião divergente. Ele prevê vendas melhores neste ano do que no Natal de 2013. "Tivemos um ano de demanda reprimida. A Copa do Mundo atrapalhou muito", disse. O representante da Acil também acredita que as compras sejam pagas mais à vista e que os itens mais procurados sejam smartphones e vestuário. A Acil ainda não tem uma estimativa de quanto as vendas devem crescer no período.

CONSUMO
Os consumidores pretendem colocar o pé no freio nas compras de Natal. A advogada Juliane Ferrari Petró pretende reduzir os gastos com presentes. "Vou presentear um número menor de pessoas e baixar o valor dos presentes", disse. Mas, ela não prevê fazer cortes na Ceia de Natal. Juliane planeja enxugar os gastos por conta da instabilidade econômica do País e pelas incertezas em relação à inflação.

A vendedora Bianca Hertmann pretende diminuir o valor dos presentes, mas também não vai reduzir gastos na ceia. A previsão dela é gastar cerca de R$ 1 mil, valor que inclui alimentação e presentes. "Está tudo muito caro", afirmou.
Andréa Bertoldi
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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