[Fechar]

Últimas notícias

Francischini defende recompensa ao policial que apreende arma no Paraná

Deputado federal é o novo secretário de Segurança Pública no estado.
'Em qualquer função, aquele que produz mais, ganha mais', diz secretário.

Do G1 PR, com informações da RPC Curitiba
O novo secretário de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini, defendeu nesta quinta-feira (18) a iniciativa de recompensar financeiramente policias por armas apreendidas. Essa é uma das propostas de Francischini como política pública de combate a criminalidade no estado, e tem causado polêmica já que a gratificação seria dada a uma atividade que está no escopo da função policial. “Em qualquer função, aquele que produz mais, ganha mais. É preciso incentivar o policial a tirar a arma da mão de bandido”, disse.

Para o secretário, o Estatuto de Desarmamento funciona apenas para pequenos crimes cometidos dentro do lar como brigas de marido e mulher, com vizinho e em decorrência do consumo de bebida alcóolica. Ele afirma que, como o latrocínio está atrelado ao crime organizado, a atual política de desarmamento se mostra pouco eficente. “Você já viu algum bandido bater na porta da delegacia e dizer que foi levar a arma para receber R$ 100,00?”, questionou.
Você está contando o tamanho do abacaxi que eu tenho pela frente"
Fernando Francischini, secretário de Segurançar
Francischini acredita que a partir do momento que o policial é recompensado, ele sente-se estimulado a fazer mais abordagens, ir a locais considerados de risco e também a prender criminosos. De acordo com o secretário, essa gratificação financeira não onera o cofre público. “É muito barato isso (...) Nós temos que enfrentar a criminalidade com inteligência. Pagar por produtividade é dizer para aquele que faz poucas abordagens ou que não está trabalhando com todo aquele incentivo que vá mais longe”.

De modo geral, ao se considerar os índices de criminalidade, a questão orçamentária, a nova atribuição de gerir o sistema penitenciário e a necessidade de se abrir novas vagas em presídios, Francischini disse ter um “abacaxi” nas mãos.

“Você está contando o tamanho do abacaxi que eu tenho pela frente”, disse o secretário. Conforme o secretário, ele aceitou o desafio porque tem a certeza que o governador irá ajudá-lo e porque já há bons sinais para a concretização de algumas medidas como a liberação de recursos federais para a construção de 20 unidades prisionais.

“Nós vamos fazer o feijão com arroz: tirar os bandidos das ruas, apreender armas, voltar com as gratificações”, pontuou.

Incorporação de secretarias
Antes de concluírem as atividades do ano, os deputados estaduais aprovaram o projeto de lei, encaminhado pelo governador Beto Richa, que transformou a Secretaria de Estado da Segurança Pública em Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária. Desta forma, a Segurança Pública englobou as atribuições da Secretaria de Estado da Justiça tornando-se responsável pelos presos do estado.

De acordo com o novo secretário, o acumulo de função não será um problema. Ele afirma que será feito um trabalho forte em relação à ressocialização dos detentos e simultaneamente uma ação firme contra o crime organizado. “O governador resolveu colocar autoridade dentro dos presídios. Mão amiga para o preso que quer se recuperar, mas braço forte no crime organizado, que está infiltrado em todas os presídios”.

Tráfico de drogas
Para combater o tráfico de drogas e tirar o estado da rota dos criminosos, Francischini apresentou um projeto em parceira com as Secretarias de Segurança Pública do Rio de Janeiro e de São Paulo, além da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal para a criação de uma central de inteligência na região de fronteira. Tudo para impedir que a droga que sai do Paraguai passe pelo Paraná e siga para as demais regiões do país. “Nós precisamos diminuir o tráfico para diminuir o homicídio”.

Programa Paraná Seguro
Questionado sobre o programa estadual Paraná Seguro, voltado para a segurança pública, Francischini atrelou o baixo investimento e a não realização das ações prometidas às dificuldades financeiras. Segundo ele, 90% dos R$ 3 bilhões do orçamento da pasta são direcionados para pagamento de servidores.

“O governador Beto Richa, quando assumiu o governo do estado em 2010, tinha um dos piores salários da polícia do Brasil. Tinha o menor efetivo per capita de policiais militares. Teve um aumento muito grande de cargo, implantação de subsídio. Tudo isso influenciou e jogou o estado quase no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal, o que atrapalhou muito o governador”, avaliou. O secretário acrescentou que, enquanto deputado federal trabalhou, para a liberação dos empréstimos do Governo Federal ao Paraná e avaliou que a condição política eleitoral atrapalhou.

Das 400 Unidades Paraná Seguro (UPSs) previstas, 100 foram construídas. Além disso, há criticas quanto à funcionalidade das UPS. Francischini afirmou que pretende levar serviços sociais para as áreas da UPS e disse não ter dúvidas de que conseguirá cumprir os objetivos nos próximos anos.

“Nós vamos fazer o feijão com arroz: tirar os bandidos das ruas, apreender armas, voltar com as gratificações”

Caixas eletrônicos
O novo secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini, afirmou nesta quinta-feira que recebeu orientação do governador Beto Richa (PSDB) para ser firme com criminosos infiltrados na polícia. “Nós temos, muitas vezes, cortar a própria carne”, disse o secretário.
Francischini garantiu que irá implantar medidas para ao menos diminuir a incidência deste crime, como o incremento da rastreabilidade dos explosivos aos fabricantes e aumento da fiscalização na própria polícia.

Segundo o secretário, ainda nesta quinta-feira haverá uma reunião entre representantes do Exército, governo e policiais civil, militar e federal para se discutir o problema. “não é possível toda noite uma explosão de caixa eletrônico”.
UA-102978914-2