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Polícia investiga roubo de cargas

Apreensões em Arapongas aumentam suspeita de que quadrilha especializada age na região

Arapongas – A quantidade de produtos ilegais apreendidos desde o início de dezembro em Arapongas deixa a Polícia Civil em alerta para tentar identificar uma quadrilha que atua na região. Na tarde da última terça-feira, dezenas de tanques de óleo motor e lubrificantes foram apreendidos em uma distribuidora da Região Central da cidade. O proprietário do estabelecimento comercial foi preso por receptação de carga roubada e deixou a delegacia após pagar fiança de R$ 5 mil.

De acordo com o delegado de Arapongas, Paulo Gomes de Souza, a carga apreendida nesta semana seria transportada do Rio de Janeiro (RJ) até a cidade de Lages (SC). "Os produtos foram roubados em São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba) e trazidos para Arapongas. A nota fiscal de origem aponta que o valor total das mercadorias é de R$ 235 mil. O empresário preso disse, em depoimento, que não sabia sobre a origem ilegal da carga. Os produtos foram negociados por menos de R$ 80 mil", comentou.

Uma transportadora de Arapongas é investigada por suposto envolvimento no grupo que desvia as mercadorias. Desde o início de dezembro, a Polícia Civil intensificou a fiscalização e já apreendeu carretas carregadas com carne suína, duas carretas que transportavam cerveja e outras duas carregadas de atum. "Essa carga de atum iria de Itajaí para a Argentina e foi roubada em Blumenau. Comerciantes da região não quiseram comprar a carga porque as embalagens estavam escritas em espanhol e suspeitaram da mercadoria ilegal", explicou o delegado.

Os proprietários de uma rede de supermercados da cidade também estão na mira da Polícia Civil. Na tarde de ontem, uma carreta de chocolates foi apreendida em um centro de distribuição.

"Estamos partindo do fim para o começo. Fizemos as apreensões. Prendemos os responsáveis pelas mercadorias, mas não conseguimos identificar quem rouba e transporta os produtos. Há indícios de associação criminosa, mas precisamos apurar. O que sabemos é que eles roubam a carga e criam uma nota fiscal eletrônica correspondente a mercadoria de empresas inexistentes. As notas eletrônicas falsas são iguais às notas originais das cargas. Os responsáveis pelas mercadorias são presos e soltos após pagar fiança. Eles respondem o processo em liberdade. Fica a sensação de impunidade", comentou.

A reportagem tentou contato com o advogado que representa o estabelecimento comercial onde os tanques de óleo motor e lubrificantes foram apreendidos, mas não obteve retorno. O advogado da transportadora investigada, Ivoney Masi, negou qualquer irregularidade. Os proprietários da rede de supermercados não foram localizados.
Viviani Costa
Reportagem Local-folha de londrina
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