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Ataque em banco prejudica comércio em Sengés

Desde dezembro população aguarda reabertura de agência do Banco do Brasil destruída por assaltantes; reforma começou esta semana

Fotos: Divulgação
Os explosivos usados pelos criminosos causaram grandes danos ao estabelecimento; atendimento interno aos clientes precisou ser interrompido
 
Sengés – Um assalto com uso de explosivos à agência do Banco do Brasil em Sengés, em dezembro do ano passado, tem causado muitos transtornos a boa parte dos cerca de 19 mil moradores do município. É que o ato criminoso danificou o estabelecimento a tal ponto que o atendimento interno aos clientes precisou ser interrompido. Apenas casos excepcionais vêm sendo resolvidos de maneira improvisada pelos funcionários da agência, em visitas pessoais ou mesmo na calçada.

Passado mais de um mês, a tão aguardada reforma da agência teve início apenas na última segunda-feira, mas o banco ainda não definiu um prazo para finalizá-la. A Associação Comercial de Sengés já está em polvorosa. É que segundo o presidente da entidade, Luiz Magno Vieira, vários comerciantes têm reclamado de queda no faturamento porque os correntistas do banco estão indo à vizinha Itararé, no interior do Estado de São Paulo, distante 16 quilômetros, para fazer suas movimentações financeiras.

"Muitos lojistas já nos relataram que o faturamento caiu 30%. A pessoa que vai tirar dinheiro em Itararé acaba gastando lá, até porque a cidade é maior, tem preço mais competitivo. Os comerciantes de lojas de móveis e vestuário são os que estão tendo mais prejuízo por conta dessa situação. Dependemos de vendas, como vamos gerar emprego com o povo fora?", questionou Luiz Magno, que admitiu ainda não ter sido afetado diretamente pelo problema porque é dono de uma escola de curso profissionalizante.

Mas os transtornos não são apenas dos comerciantes. Vieira observou que muitos trabalhadores e aposentados da cidade recebem o pagamento pelo Banco do Brasil. Desde que a agência foi fechada para atendimento ao público por causa do ataque explosivo, o banco firmou uma parceria com a única agência dos Correios instalada no município, a fim de garantir a realização de operações básicas, como saques, depósitos e pagamentos. Mas com limitações. "Tudo depende do limite do caixa para fazer um depósito ou um saque. E se o cliente precisa cadastrar uma senha, retirar talão de cheque ou um serviço que dependa de liberação interna, não consegue", apontou o presidente da Associação Comercial.

O agravante, afirmou Luiz Magno, é que a agência dos Correios fecha para almoço das 12 horas às 13h30. "Se para entregar correspondência dentro do prazo o serviço deles já é péssimo, imagina fazendo serviço de banco. Um aposentado fica duas horas na fila, na rua, e na hora que chega ao caixa tem que atualizar a senha para a agência de Itararé para poder receber o benefício. Uma pessoa que não tem condições de se locomover ter de ir até outra cidade? Absurdo", criticou o comerciante. Por essas e outras é que o Ministério Público cobrou celeridade nas reformas. A FOLHA tentou falar com o gerente da agência do Correio, mas foi informada por um funcionário de que ele estava em atendimento e não poderia atender nem retornar a ligação.

O Banco do Brasil em Sengés disse lamentar não poder oferecer o atendimento adequado à população e informou que nos próximos dias, já com o andamento das obras, será possível estimar um prazo para a conclusão da reforma. A demora para começar o serviço teria sido provocada por causa dos trâmites licitatórios e porque haveria outras reformas consideras prioritárias em agências do banco que também foram alvos de ataques explosivos em cidades de maior porte.
Diego Prazeres
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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