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Carbonífera de Figueira busca novos mercados

Empresa pretende destinar carvão mineral para cerâmicas da região que, aliado ao carvão vegetal, vai abastecer fornos para a queima de tijolos e telhas

Fotos: Aline Damásio/Divulgação
Para garantir mercado, carbonífera busca outras alternativas de uso para o carvão mineral
Figueira - Após um período de crise vivido em 2014, quando a Companhia Carbonífera Cambuí, de Figueira, ameaçou ter suas portas fechadas por falta de incentivo público, a empresa começa este ano de olho em um novo nicho de mercado: as cerâmicas da região.

Segundo o técnico ambiental Anderson Caio, o carvão mineral retirado das minas da usina é de alta de combustão e pode ser utilizado também como combustível, aliado ao carvão vegetal, na queima de tijolos e telhas. "Após o risco de não termos para onde vender nossa produção, a empresa procurou novos mercados e encontrou uma alternativa para o carvão mineral, o que em parte garante a venda da carbonífera."

Fundada em 1942, a usina de Figueira é a única na produção de carvão mineral no Paraná. Segundo Caio, a Cambuí prossegue na escavação de uma nova mina para extração subterrânea do carvão mineral, que alimenta a usina termelétrica instalada no município, terceirizada pela Copel e que mantém um contrato de concessão de uso com a carbonífera durante 10 anos, válido até 2017.

O carvão mineral, principalmente na indústria de cerâmica vermelha (tijolos, telhas e blocos estruturais), está sendo misturado ao barro, reduzindo o consumo de outros insumos energéticos em suas fornalhas (gás natural, óleo combustível, cavaco de madeira e lenha), diminuindo o ciclo de queima. O carvão mineral se adapta perfeitamente para essa utilização, devido à grande facilidade de queima em função do seu alto teor de voláteis, explica Caio.

Também há um estudo da utilização dos resíduos da queima do carvão da usina para a elaboração de produtos utilizados na indústria de cimento e como adubo para a agricultura.

A variação no mercado de carvão mineral produzido em Figueira depende ainda de alguns estudos de viabilidade econômica mais detalhados, afirma o técnico de segurança do trabalho Abdias de Souza. "Temos de mensurar essas potencialidades. Após o anúncio de retomada de investimentos do governo na termelétrica, temos garantido o nosso comprador final e com isso a estabilidade de estudo de mercados alternativos, tanto de investimentos públicos quanto privados", informa.

Além da venda do carvão mineral, a Carbonífera Cambuí é responsável pela operação e a manutenção da usina termelétrica de Figueira. Cerca de 70% das seis mil toneladas de carvão produzidas são beneficiadas e usadas como matéria-prima na geração de energia pela usina, usada pela Copel. A capacidade de geração de energia é de até 10 megawatts (MW), suficiente para abastecer uma cidade de até 30 mil habitantes.

A nova mina, que começou a ser perfurada há dois anos, é a oitava da empresa e já alcança 170 metros de profundidade no subsolo. Todos os dias são escavados cerca de sete metros com a detonação de explosivos. Diariamente 360 funcionários trabalham na extração do carvão mineral.

Trabalhando apenas com extração de carvão no subsolo, a mina em operação atualmente na Cambuí tem prazo de até 30 anos e capacidade total de produção de até 5,5 milhões de toneladas em toda sua vida útil.
Aline Damásio
Especial para a FOLHA DE LONDRINA



Carvão mineral é a base econômica do município

Figueira - A Usina Termelétrica e a Carbonífera Cambuí localizam-se na região conhecida como vale Rio do Peixe, principal bacia carbonífera do Paraná. A extração do carvão é a principal atividade econômica de Figueira, que possui uma população de 8,2 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pecuária e o agronegócio também se destacam entre as atividades econômicas do município.

No ano passado, a ameaça de fechamento da termelétrica desencadeou vários movimentos políticos, que foram centralizados para que o governo investisse na melhoria da usina. O fechamento da usina causaria uma perda de 95% da renda tributária de Figueira.

A previsão da Copel é de investir R$ 106 milhões na modernização da Usina Termelétrica de Figueira neste ano, aumentando a geração de energia de 10 megawatts médios para 17,4 megawatts. No cronograma de investimentos está previsto um novo circuito gerador completo, com a substituição das duas caldeiras existentes na usina, prometendo maior rendimento energético e também adequação das plantas estruturais à atual legislação ambiental, com a implantação de novos equipamentos para controle e redução das emissões de poluentes. A conclusão está prevista para 2016. (A.D.)

FOLHA DE LONDRINA
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