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Professores da rede estadual mantêm greve e marcam assembleia para quarta-feira

Ao contrário do governo, docentes avaliam que ainda há pontos pendentes na pauta de reivindicações

Aline Lima/Divulgação/APP Sindicato
Comando da paralisação se reuniu ontem em Curitiba e debateu da manhã até o início da noite
Curitiba - Os professores da rede pública estadual do Paraná marcaram assembleia geral da categoria para a próxima quarta-feira, às 9 horas, em Curitiba. A decisão aconteceu em reunião do comando de greve, que começou ainda pela manhã e se estendeu até por volta das 19 horas de ontem. Com isso, a paralisação deve entrar em sua quarta semana. Desde o dia 9 de fevereiro, aproximadamente um milhão de alunos, de 2,1 mil escolas, estão sem aulas. Os docentes seguem se revezando em um acampamento montado em frente ao Palácio Iguaçu.

Segundo o secretário de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (APP Sindicato), Luiz Fernando Rodrigues, pelo menos 50 pessoas participaram do encontro de ontem, sendo 29 delas representantes de núcleos sindicais e o restante integrantes da diretoria da entidade. "Fizemos um amplo debate de várias questões que o governo precisa ainda efetivar, como a nomeação dos concursados e a reorganização das escolas, para a abertura das turmas", contou.

No dia anterior, após a terceira rodada de negociações entre a APP e a gestão do governador Beto Richa (PSDB), o chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra (PSD), havia afirmado que "esgotou" a pauta colocada pelo movimento. Na ocasião, ele se comprometeu a pagar integralmente, numa única parcela, o 1/3 de férias restante dos educadores até 31 de março, totalizando R$ 116 milhões. "É evidente que os prazos da APP serão definidos internamente por eles. Porém, o Governo do Estado está pronto, com a sua equipe, para a retomada das aulas na segunda-feira", afirmou Sciarra.

O Executivo também aceitou rever itens como o porte das escolas, a superlotação de turmas e a manutenção de programas de contraturno escolar. Além disso, confirmou a convocação dos 5.985 professores aprovados no último concurso – os 5.522 anunciados ainda em janeiro e mais 463 que eram reivindicados pela categoria. Quanto às progressões e promoções da carreira, contudo, ficou acordado que serão quitadas a partir de maio, no caso dos administrativos, e a partir de junho, para os professores.

Divergências

"Temos pontos divergentes principalmente na pauta financeira, que são os R$ 100 milhões de dívidas com a categoria, e esperamos que o governo reabra o debate", avaliou Rodrigues. Sobre o abono de férias, ele disse que há uma desconfiança. "O 1/3 era para ser pago em dezembro, depois em janeiro e agora o governo promete para março", criticou.

Outra questão alvo de polêmica diz respeito ao reenvio do projeto do Paranaprevidência à Assembleia Legislativa (AL). De acordo com a Casa Civil, o texto modificado deve chegar à Casa na semana que vem. A proposta original permitia que o Executivo utilizasse os R$ 8 bilhões acumulados pelo fundo para pagamento dos aposentados, o que desagrada os servidores. A orientação da APP é que, até quarta-feira, os professores debatam amplamente todas essas propostas, para que possam deliberar sobre a continuidade ou não da paralisação.
Mariana Franco Ramos
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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